Consulta do Adulto

23-10-2020

Ao adulto cabe-lhe a função de ocupar uma série de lugares e de representar um largo conjunto de papéis o que, por vezes, se pode tornar conflitual. As obrigações e responsabilidades perante as quais se encontra podem entrar em conflito com os desejos e projectos que delineou para si, o que pode conduzir a uma sensação de estar a fazer malabarismo com diferentes aspectos da sua vida - bem como da sua identidade - numa tentativa de manter a homeostase perante o caos.

É, também, na vida adulta que o indivíduo se confronta com uma série de pressões - não apenas externas, como também internas - e, como sabemos, estas últimas podem, por vezes, ser bem mais difíceis de gerir. As exigências perante as quais se encontra obrigam-no a confrontar-se com os recursos internos que possui (ou não), com as ferramentas de que se foi munindo ao longo da sua vida (ou com aquelas que lhe faltam) e com as relações que foi construindo e que o podem ajudar a enfrentar os percalços que vão surgindo no seu caminho. É neste confronto que, por vezes, o adulto pode contactar com as suas faltas, com as suas necessidades e com a repetição de padrões que lhe provocam sofrimento.

A psicoterapia vem, então, promover uma melhor compreensão de si mesmo e um maior auto-conhecimento, através de um aprofundamento da forma como o indivíduo se percepciona no mundo, das relações que constrói, dos comportamentos que adopta e da forma como se sente. Será através da relação de confiança com o terapeuta, que se vai construindo num espaço seguro e que permite a contenção e aceitação dos conteúdos que ali vão sendo partilhados, que a mudança pode ir surgindo e que pode ir sendo transversal às várias esferas da vida do indivíduo.